Vou começar explicando a diferença entre influenciador e figura pública, algo que muitas marcas acabam confundindo na hora de contratar um influenciador para o seu negócio.
Uma figura pública pode ser qualquer pessoa reconhecida localmente ou nacionalmente, mas isso não significa que ela seja uma pessoa influente. Como o próprio nome sugere, um influenciador digital é alguém que, através de seu comportamento ou discurso, influencia os hábitos e o consumo de outras pessoas.
Vamos a um exemplo clássico: um político pode ser conhecido local ou nacionalmente, assim como um jornalista que aparece todos os dias na TV. Naturalmente, essas pessoas são figuras públicas, mas não necessariamente influenciadoras capazes de atrair atenção para seus hábitos pessoais.
Um influenciador, por outro lado, pode ser alguém que compartilha sua vida pessoal, e, nesse caso, o “produto” é a própria vida dele—seus hábitos, lugares que frequenta, seu estilo de vida. Esse indivíduo consegue fazer com que outras pessoas desejem imitar suas ações.
Ou ainda, um influenciador pode ser alguém que fala sobre um tema específico. Ele é reconhecido por essa temática e compartilha pouco sobre sua vida pessoal, mas tudo o que diz respeito ao seu trabalho ou área de especialização influencia diretamente o comportamento de outras pessoas.
Outro ponto importante sobre influenciadores é que o número de seguidores ou visualizações não está necessariamente relacionado à sua capacidade de influenciar. Por exemplo, uma pessoa pode ter milhares de seguidores ou visualizações em seus vídeos, mas não conseguir convencer ninguém a comprar nem uma bala na padaria da esquina. Números inflados não significam influência real.
Agora, vamos às considerações, vantagens e desvantagens de trabalhar com influenciadores.
Quando uma marca decide realizar esse tipo de ação ou campanha, é fundamental considerar:
- Qual o público que desejo atingir?
- Onde esse público está? Qual canal ele utiliza?
- Trabalhar com influenciadores requer que haja uma identificação entre a marca e o público-alvo.
É interessante listar pelo menos cinco possíveis influenciadores. Considere tanto os influenciadores de LifeStyle quanto os de nicho/técnicos, e de diferentes níveis, desde os nanos (aqueles com menos de 5 mil seguidores) até os grandes influenciadores.
Acompanhar o conteúdo desses influenciadores por um período ajudará a entender como eles produzem conteúdo, o engajamento que geram e a forma como lidam com diferentes temas e situações. Além disso, observe como esses influenciadores atuam em outras plataformas, pois um influenciador pode ser forte em um canal, mas não ter o mesmo impacto em outro—justamente onde seu público-alvo pode estar mais presente.
Convide o influenciador para uma conversa. Mostre seu negócio e o que você deseja, para avaliar se há sinergia entre vocês.
Uma grande vantagem é a co-criação da campanha. Nada de enviar um card ou vídeo prontos. A criação deve ser em conjunto, mas permitindo que o influenciador conduza o processo, pois ele sabe como seu público reage e qual a melhor maneira de transmitir a mensagem.
Outra vantagem é trabalhar com dados. Solicite o Mídia Kit do influenciador. Os mais profissionais e experientes terão dados de audiência e desempenho de campanhas anteriores, que podem ajudar na escolha. Além do número de seguidores, considere outras métricas. No entanto, lembre-se de que nem tudo pode ser mensurado.
Cuidado com influenciadores extremistas. Você pode associar sua marca a pessoas que podem prejudicar a imagem da empresa, especialmente se estiverem frequentemente envolvidas em polêmicas.
Por fim, campanhas com influenciadores são estratégias de longo prazo. Pense nisso ao contratar, escolher ou definir uma ação.