#OiOiOi. Se você não twittava #Oioioi durante a exibição da novela “Avenida Brasil”, pelo menos chegou a ver, em mais de um momento, a hastag nos Trending Topics do Twitter. Isso se deve ao fato de que TV sempre foi uma experiência social. Antes comentávamos o episódio super legal do nosso seriado favorito ou aquele capítulo da surra na vilã com os amigos no dia seguinte. Hoje, com as redes sociais, comentamos tudo na hora, no exato momento e o melhor: com todas as pessoas que têm a mesma afinidade e que estão assistindo ao mesmo programa, daí nasceu o conceito de Social TV ou TV Social, que une a televisão com as redes sociais. No ano passado, Ynon Kreiz, CEO da Endemol (dona de formatos como o “Big Brother Brasil”), declarou que “Todo mundo diz que a TV social vai ser grande. Eu acho que não vai ser grande, vai ser gigante”.

E os dados provam que o CEO estava certo. Na última sexta-feira, na abertura do escritório do Twitter no Brasil, a empresa divulgou os números dos assuntos mais comentados na rede no país: destes, o final de “Avenida Brasil” gerou 3031 twittes por minuto, ficando em segundo lugar. O Twitter também confirmou o que há muito já desconfiava: a maioria das pessoas acessa ao celular – e comenta nas redes sociais – enquanto assiste a algum programa na televisão. “O Twitter se transformou na segunda tela para a televisão”, afirma Deidre Bannon, vice-presidente de Social Media na Nielsen, o equivalente ao Ibope americano. Para se ter uma ideia, a presença da TV Social é tão forte nos Estados Unidos que as emissoras de televisão já renovam ou cancelam uma série baseada no “buzz social” dela, a audiência nas redes sociais.

Ontem, na divulgação dos assuntos mais comentados no Facebook durante o ano, a novela “Avenida Brasil” liderou o ranking, se tornando o caso mais positivo de TV Social que temos até agora no Brasil. É engraçado porque discutia-se que a novela estava morrendo e que ninguém mais aguentava assistir – que dirá torcer, acompanhar – e que a internet há muito tempo estava “roubando” a audiência da televisão. A trama de João Emanuel Carneiro provou que televisão e internet não são inimigas, muito pelo contrária, elas são amigas, podem andar de mãos dadas e complementar uma a outra.

Por fim, o Google divulgou hoje os termos mais buscados no mundo todo nas mais diferentes categorias. Em televisão, o “Big Brother Brasil 12” liderou o ranking, seguido por “Avenida Brasil”, em segundo lugar.

A TV Social, como se vê, está em ascensão e está se consolidando no Brasil. O que falta, agora, é as emissoras atentarem para esse telespectador que – como afirmava Dominique Wolton na obra “O Elogio do Grande Público”, em 1996, é ativo e crítico e não passivo e inerte como defendiam as teorias clássicas da Escola de Frankfurt. Colocar o comentário do telespectador na tela, como a Globo vem fazendo com algumas atrações do núcleo de Boninho é apenas um começo. Precisa-se valorizar esse telespectador, trazê-lo para o centro das atenções e, claro, respeitá-lo e dar a ele a importância que ele merece, coisa que a TV americana já descobriu e já vem fazendo algum tempo.

 

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